“Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis” chega à Bahia

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O projeto colaborativo “Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis” chegou a São Félix do Coribe, na região de caatinga do Estado da Bahia. Com população estimada em 15 mil habitantes, somente 1.4% dos lares do município têm esgotamento sanitário adequado e 95.5% de domicílios urbanos não têm infraestrutura básica, como presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio. Os dados em síntese são de 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Foi nessa cidade, a 862 km de Salvador, que o projeto entrevistou o artista plástico e luthier Francisco Antônio de Oliveira, mais conhecido como Chico Mallero. Nascido no sertão da Bahia, ele tem importante trabalho social em sua terra natal: transformar a arte em instrumento de inclusão na vida dos jovens. Em sua própria casa ele criou um centro cultural onde são realizados saraus musicais e aulas. O baiano também vive rodeado pelas esculturas, peças artesanais de madeira, ferro, vidro, cabaças e materiais recicláveis que ele e sua família fabricam.

Coordenado pela doutora em urbanismo e mestre em planejamento urbano Bianca Moro de Carvalho, o projeto apresenta lideranças em realidades e estágios de atuação distintos. Ele proporciona reflexões sobre a diversidade que o mundo contemporâneo proporciona, bem como busca sensibilizar o público para que possa ver, pensar e refletir sobre temas de fundamental importância para a construção de uma sociedade solidária, empática e resiliente.

Os documentários

O primeiro documentário do projeto mostrou a força de representantes da comunidade em Macapá, no Amapá (onde as favelas são conhecidas como ressacas), Paraisópolis (a maior comunidade da capital paulista) e Sendero de San Isidro (no México, fronteira com os Estados Unidos). Assim, a visita a São Félix do Coribe para a entrevista com Chico Mallero também se tornou em rico documentário. O filme já está disponível no canal no YouTube do projeto: https://youtu.be/vPVtlC_olIw

A produção e direção dos documentários na plataforma Cipesin contam com a participação voluntária de profissionais de diferentes áreas de atuação (arquitetos, urbanistas, sociólogos, fotógrafos). O fotógrafo Guy Veloso revelou, com imagens e entrevistas, a importância do artista Chico Mallero na região do Sertão da Bahia. E também a solidariedade que está presente dentro da casa do artista, aberta diariamente ao alcance de todos que a buscam. “Meu pai era carpinteiro e eu cresci dentro de um ateliê. Só estudei até o Ensino Médio, mas minha casa virou um ponto de cultura que recebe muitos estudantes e pesquisadores. As portas da Casa Mallero estão sempre abertas. Assim como eu aprendi, também quero ensinar”, explica o artista de 66 anos nesse ínterim.