O amor e o sofrimento das mulheres
Por que mulheres têm tantas queixas na esfera do amor? De se sentirem não amadas, de não receberem tanto afeto quanto gostariam ou simplesmente por estarem sozinhas? Por que mulheres que são mães carregam tanta culpa? E as que não são, por que se sentem na obrigação de estarem disponíveis a cuidar dos demais? A professora doutora Valeska Zanello traz essas questões no livro “Saúde Mental, Gênero e Dispositivos: Cultura e Processos de Subjetivação (editora Aprris)”.
Valeska Zanello, professora adjunta do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília, tem se dedicado a estudar e compreender os processos de subjetivação que se configuraram historicamente em nossa cultura, no Brasil, e como mulheres e homens se subjetivam, sofrem e se expressam de formas diferentes. O livro é resultado de 13 anos de pesquisas na área de saúde mental, sob a perspectiva de gênero, e de 20 anos de experiência como psicoterapeuta clínica.
De acordo com a autora, o dispositivo amoroso configura uma certa forma de amar que vulnerabiliza as mulheres. ” Na nossa cultura, os homens aprendem a amar muitas coisas e as mulheres aprendem a amar os homens. Difícil, dessa forma, que as mulheres não sofram muito nas relações amorosas. Elas se subjetivam na “prateleira” do amor, na qual “ser escolhida” e validada por um homem torna-se uma legitimação fundamental”, explica a doutora em Psicologia.
As questões interseccionalidades também são abordadas. “Em uma cultura sexista e racista como a brasileira, tornar-se pessoa é tornar-se homem branco, homem negro, mulher branca e mulher negra. No livro, aponto essas especificidades, únicas, que trazem sofrimentos e cujas configurações precisamos reconhecer e acolher”, completa.
Link para compra: https://www.editoraappris.com.
Sobre a autora: A professora doutora Valeska Zanello é graduada em Filosofia e em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB), onde também concluiu o doutorado em Psicologia, com período de pesquisas na Université Catholique de Louvain (Bélgica). É professora do departamento de Psicologia Clínica da UnB, onde também orienta o mestrado e o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em saúde mental, gênero, psicanálise e filosofia da linguagem. Coordena o grupo de pesquisa “Saúde Mental e Gênero”, com foco em mulheres e interseccionalidade com raça e etnia.
Sobre a editora: Este livro foi publicado pela Editora Appris, a maior editora 80/20 do Brasil, sediada na cidade de Curitiba, Paraná. Com aproximadamente onze anos de existência, a Appris atua no ramo de publicação de obras técnicas e científicas nas mais variadas áreas do conhecimento. Com a experiência de seus editores, que estão há mais de 29 anos no mercado editorial, a Appris possui um catálogo com mais de cinco mil obras publicadas e que continua a crescer com uma média de 80 lançamentos por mês.